LÉXICO ANTROPONÍMICO EM CERTIDÕES DE CASAMENTO DO SÉCULO XVIII NO VALE DO JAGUARIBE – CEARÁ
Fernanda Kécia de Almeida
Resumo:
A partir do estudo filológico e linguístico de certidões de casamento registradas no Vale do Jaguaribe no período de 1775 a 1795, esta tese tem por objetivo analisar o léxico antroponímico contido nos documentos selecionados. O estudo consta da edição dos manuscritos, da contextualização histórica do período em que os textos foram produzidos e da análise onomástica e a elaboração de um índice onomástico das pessoas que são referidas nos textos. Nossas bases teóricas, para os estudos filológicos, estão apoiadas em Vasconcellos (1928), Silva Neto (1977), Cambraia (2005) e Ximenes (2006, 2012) dentre outros, os quais nos fornecem a base para a edição semidiplomática e os parâmetros necessários para o labor filológico; para os estudos onomásticos, concentramo-nos nas concepções de Dick (1986, 1990), Dauzat (1925) e Amaral e Seide (2020) para traçar o percurso dos estudos onomásticos no tempo e no espaço, bem como a definição de antroponímia como a corrente que tem os nomes próprios de pessoas como objeto de estudo. O corpus é constituído por 499 certidões que compõem o Livro 1 de matrimônios da Paróquia de Russas, que foram editadas conforme as normas de edição semidiplomática adotadas pelo grupo de pesquisa Práticas de Edição de Textos do Estado do Ceará – PRAETECE. Após a edição semidiplomática, realizamos a coleta das unidades antroponímicas, utilizando-nos de uma ficha de identificação dos sujeitos que, por sua vez, além do nome coletado, também constam informações sobre o livro, a data do registro, o fólio e informações adicionais contidas nos documentos. Com os dados coletados, foi, então, elaborado o índice onomástico dos primeiros habitantes registrados do Vale do Jaguaribe, seguindo o padrão estrutural mais adequado ao nosso público-alvo. Após a elaboração do índice onomástico, partimos para as análises que demonstram a influência religiosa e histórica na atribuição dos nomes e sobrenomes, por exemplo, a atribuição do nome Maria dá-se pelos costumes religiosos implantados pelo colonizador português que tinha como religião o catolicismo. Esta tese, além de perpetuar documentos por meio da edição semidiplomática e do estudo onomástico, revela, também, a cultura típica de acontecimentos religiosos da comunidade que habitava o Vale do Jaguaribe no período de 1775 a 1795.
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