AS CLASSIFICAÇÕES ETNOLINGUÍSTICAS DOS POVOS INDÍGENAS DO CEARÁ SEGUNDO OS INTELECTUAIS DO INSTITUTO DO CEARÁ, (1926-1963).
Valdivino José de Lima Neto
Resumo:
O objetivo desta pesquisa é discutir as divergências existentes entre as classificações etnolinguística e cultural dos povos indígenas do Ceará, através da produção dos intelectuais do Instituto do Ceará – Histórico Geográfico e Antropológico (ICHGA), no período de 1926 a 1963. As muitas classificações atribuídas aos indígenas geraram grandes divergências entre os etnólogos, naturalistas, historiadores e antropólogos. Partirei de análises sobre os principais documentos produzidos pelos intelectuais lidados ao ICHGA, indagando sobre: como e o que levou o ICHGA a classificar os povos indígenas do Ceará? Que fatores levaram o Instituto do Ceará a romper com o dualismo que até então classificava os povos indignas em apenas dois macros grupos étnicos linguísticos distintos, os Tupis falantes de língua geral e os Tapuias falantes de língua travada? O porquê das divergências existentes entre os pesquisadores do ICHGA ao classificar os povos indígenas do Ceará? De acordo com a historiografia cearense, os povos indígenas recebiam diversos nomes e as formas como se autodenominavam variavam das que as tribos inimigas e ou vizinhas os classificavam. Portanto, uma mesma tribo pode ter sido registrada várias vezes com variados nomes e muitos destes compõem os documentos e textos escritos dos intelectuais ligados ao ICHGA, como também a historiografia que têm se detido sobre a temática indígena no Ceará, provocando uma disparidade no complexo étnico da época e que se repercute nos dias atuais. Apresentaremos as classificações etnolinguística das publicações historiográficos do Instituto do Ceará do período de 1926 a 1963, em seguida confrontamos as informações dadas, problematizando as argumentações expostas. Acreditamos assim proporcionar um confronto de ideias e trazer inovações sobre a classificação etnolinguística e cultural dos povos indígenas do Ceará.
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