A PERSPECTIVA DE ESTUDOS SOBRE OS SUJEITOS NA ARQUIVOLOGIA, NA BIBLIOTECONOMIA E NA MUSEOLOGIA
A Arquivologia, a Biblioteconomia e a Museologia se constituíram historicamente como disciplinas científicas específicas. Contudo, ao longo da história de progressiva consolidação destas áreas, existiram alguns pontos comuns, teorias e conceitos semelhantes, ações em parceria. Assim é que, desde a Antiguidade, arquivos, bibliotecas e museus surgiram como instituições sem que houvesse tal diferenciação. Ainda hoje, é muito comum encontrarmos instituições que possuem, convivendo em harmonia, arquivos, bibliotecas e museus. No Brasil, algumas iniciativas recentes têm dado o tom da necessária colaboração e diálogo entre essas áreas: em fevereiro de 2013, tiveram início os trabalhos do acordo de cooperação firmado entre o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o Arquivo Nacional e a Fundação Biblioteca Nacional, para preservação e democratização do acesso aos acervos dos arquivos, bibliotecas e museus brasileiros; um pouco antes, em outubro de 2012, a mesa redonda Aproximações entre Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia: ideias e propostas foi realizada no âmbito do IV Encontro Nacional de Educação em Ciência da Informação – Enecin, no Rio de Janeiro; um ano antes, em Salvador aconteceu o Encontro de Arquivos, Bibliotecas e Museus à Luz da Era Pós-custodial. No cenário internacional não é diferente: no Canadá, o Arquivo Nacional fundiu-se à Biblioteca Nacional; na Europa, a Europeana vem se consolidando como uma importante base de dados cultural, educacional e científica que é, ao mesmo tempo, um arquivo, uma biblioteca e um museu; na América do Sul, vem ocorrendo há alguns anos o Encuentro de Archivistas, Bibliotecários y Museologos, sendo que em 2012 a quarta edição aconteceu na Argentina e a próxima está prevista para acontecer no Brasil.
É em relação a este cenário favorável ao diálogo que se situa o presente texto. Mas o objetivo aqui é desenvolver uma reflexão bem específica: identificar, nas três áreas, como surgiram e se desenvolveram pesquisas e estudos voltados especificamente para o conhecimento e as ações dos usuários, públicos, clientes, utentes – enfim, os sujeitos que se relacionam, consultam, buscam, visitam e experimentam os arquivos, as bibliotecas e os museus. Como se pretende demonstrar, a história da evolução das teorias voltadas para esse âmbito, nas três áreas, vem se desenvolvendo numa direção muito semelhante e, nesse sentido, promover maior aproximação entre os achados de pesquisa de cada uma parece ser uma estratégia interessante para o incremento e sofisticação de teorias e modelos de estudo.
ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. A Perspectiva de estudos sobre os sujeitos na Arquivologia, na Biblioteconomia e na Museologia. Em Questão, v. 19, n. 1, p. 213-238, 2013.
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