EDIÇÃO E ESTUDO LEXICAL DE DOCUMENTOS NOVECENTISTAS DO SERTÃO BAIANO

 
O Prof. Dr. Expedito Eloísio Ximenes 
foi um dos membros da banca



RESUMO






Os manuscritos atestam a lingua e os aspectos da história e da cultura de uma determinada sociedade. Logo, quando o filólogo tem acesso a documentos armazenados em acervos públicos e/ou privados, ele é conduzido a investigar tais aspectos e a preservar as informações constantes naqueles, através da edição. Partindo-se disso, a Filologia, ciência milenar, que tem como objetivo central a preservação de fontes documentais, oferece, junto às suas ciências afins (a Paleografia, a Codicologia, a Diplomática e a Ecdótica), o aparato teórico- metodológico necessário à realização de edições e ao estudo de textos diversos. A vista disso, apresentamos, nesta tese, as edições fac-similar e semidiplomática de três documentos feirenses do início do século XX, que estão sob a guarda do Centro de Documentação e Pesquisa (CEDOC), órgão pertencente à Universidade Estadual de Feira de Santana-BA. Tratam-se de dois testamentos e do primeiro volume de um inventário, lavrados entre 1918 e 1922 na cidade de Feira de Santana-BA, e cujo total de fólios chega a 187, os quais encontram-se escritos no recto e verso, em letra cursiva, em papel almaço e em formulários, nos quais constam carimbos, selos, manchas, borrões, rasgões, furos etc., dos quais estes últimos dificultaram, em parte, a leitura de alguns trechos dos documentos sem, no entanto, impedi-la. Além das edições, realizamos a descrição codicológica de 27 documentos armazenados no CEDOC/UEFS, dentre os quais estão inclusos os 3 que foram editados, e paleográfica e diplomaticamente descritos, a fim de realizarmos a contextualização sócio- histórica do corpus e dos seus escreventes. Ademais, depois de editados, os dois testamentos e o primeiro volume do inventário tiveram o seu vocabulário estudado, a partir do método dos Campos Lexicais, estabelecido por Coseriu ([1977] 1991), o qual nos possibilitou inventariar. alocar e analisar 369 lexias em 10 Campos Lexicais, subdivididos em macrocampos, microcampos, subcampos de suas subdivisões) lexicais, com o objetivo de trazer à tona as lexias consideradas as mais representativas do corpus e, portanto, do vocabulário dos escreventes. Ao final desta tese, apresentamos o perfil sócio filológico-lexical dos escreventes, que redigiram a maior quantidade de folios do corpus, tarefa realizada a partir das discussões empreendidas ao longo do trabalho. Para a realização dos nossos objetivos de pesquisa, contudo, utilizamos como aporte teórico os trabalhos de Andrade (2010), Bueno (1967). Dubois (1993), Cambraia (2005), Fachin (2008), Megale e Toledo Neto (2005), Melo (1971). Spaggiari e Perugi (2004), Queiroz (2006, 2007) etc., que tratam do labor filológico, paleográfico e/ou codicológico, e Abbade (2003, 2006, 2009, 2011), Biderman (1981, 1996, 1998, 2001), Coscriu ([1977] 1991), Geckeler (1976), Oliveira e Isquerdo (2001), Paula (2007), Queiroz (2012). Xavier (2012) etc., que tratam do léxico, da sua teorização e da aplicação do método dos Campos Lexicais a textos diversos, no nosso caso a documentos notariais.

BARRETO, Josenilce Rodrigues de Oliveira. Edição e estudo lexical de documentos novecentistas do sertão baiano. 2020. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

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