ESTUDO LEXICOLÓGICO EM DOCUMENTOS DOS SÉCULOS XVII AO XIX PARA A HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA


Expedito Eloísio Ximenes


CONSIDERAÇÕES INICIAIS 





A história de uma nação, de uma sociedade, de um grupo, de um clã ou de qualquer indivíduo é definida por ações no tempo presente, mas calcada na tradição de ações e de comportamentos do tempo passado. O presente faz um ponto de intersecção do conjunto de informações que acumulamos das memórias dos nossos antepassados com as vivências do agora, permitindo-nos uma previsão de como será o futuro da humanidade.

Todas as nossas experiências de vida são marcadas por comportamentos culturais de diversas dimensões, como o sentimento religioso, a maneira de produzir e de expressar as diferentes forma s artísticas e o modo como agimos e produzimos sistemas de representações comportamentais, tudo isso conduzido pelo veículo de maior expressão que é a linguagem, especificamente, uma língua cultural e historicamente elaborada que serve para os registros dos fatos, que representa as crenças, as ideologias, os valores, as ações, as produções do espírito por meio de um sistema gráfico, morfossintático e lexical de uma língua específica. 

A língua é a forma mais autêntica da identidade de um indivíduo, de um grupo e de uma nação. O ato de registrar os acontecimentos do cotidiano, os fatos que marcam ou marcaram a vida de uma sociedade ou nação, as formas de comunicação mais simples e tudo que o ser humano quer ou precisa dizer por meio da língua, em sua modalidade escrita, sobretudo, porque permanece mais tempo, constitui um grande patrimônio para fortalecer a identidade nacional de um país e marcar a cidadania de um povo. 

O acervo textual de qualquer tempo, preservado e disponibilizado para leitura e análise é um celeiro de conhecimento para pesquisadores como os filólogos, os linguistas, os historiadores, os sociólogos, dentre outros. O texto é objeto de investigação para áreas afins como Filologia e Linguística, e a língua registrada em sua forma de uso é o alvo principal para se constituir sua história. A história de uma língua só pode ser feita verdadeira e coerentemente quando são analisados os textos diversos produzidos por vários setores sociais em diferentes situações de uso. É impossível constituir a história de uma língua sem consultar as fontes primárias, viveiros das palavras, das expressões e do pensamento das pessoas que viveram cada período. Embora, não tenhamos condições de avaliar todos os registros linguísticos que remontam a todos os usos de uma língua por todos os segmentos sociais, no entanto, o que temos acesso, mesmo que seja a língua registrada pela autoridade, nas diversas produções dos setores administrativos, esses estratos permitem-nos uma ideia do uso por quem sabia escrever e elaborar uma construção frasal, empregar expressões fixas e lexias que circulavam nos documentos oficiais. 

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XIMENES, Expedito Eloísio. ESTUDO LEXICOLÓGICO. FILOLOGIA EM DIÁLOGO, p. 207.


https://www.academia.edu/download/66719226/CAP_LIVRO_Aldeamentos_Indios_Menhas_2020.pdf#page=207


  

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