ETNOLINGUÍSTICA INDÍGENA: A CLASSIFICAÇÃO DA LÍNGUA DO POVO XOKÓ


 ETNOLINGUÍSTICA INDÍGENA: A CLASSIFICAÇÃO 
DA LÍNGUA DO POVO XOKÓ  

Valdivino José de Lima Neto
Ticiane Rodrigues Nunes







Introdução  

As línguas indígenas são um objeto de estudo ainda pouco explorado no âmbito dos estudos linguísticos, principalmente no que diz respeito à questão etnolinguística. Desse modo, dedicamo-nos, nesta pesquisa, ao debate sobre a língua do povo Xokó, uma das diversas etnias denominadas como Tapuia, no nordeste brasileiro, que apresenta um hiato em um ambiente dominado pelos troncos etnolinguísticos das famílias Kariri e Tarariú. 

Ao longo da história colonial, o povo Xokó foi localizado no entorno do Rio São Francisco e teve sua presença marcante nas terras do atual Sergipe, ao sul do Ceará, como bem postula Dantas (1997):  

Grafados sob diferentes formas ‒ Shocó, Xocó, Chocó, Chocoz., Ciocó, Ceocose ‒ surgem quase sempre associados a espaços missionários. Há registro de Xokó em tempos passados, num espaço geográfico que vai de Sergipe ao sul do Ceará. Entre os séculos XVII e XVIII sua presença é indicada ora na margem esquerda, ora na margem direita do Rio São Francisco, em terras que hoje integram os estados de Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Há referências a Ciocó em Pacatuba, missão fundada pelos capuchinhos no final do século XVII, e mais tarde já no século XIX, grafados como Ceocose, sua presença no território sergipano vai ser registrada em São Pedro do Porto da Folha, também uma antiga missão dos capuchinhos. São do início do século XIX notícias de que grupos de índios denominados de Shocó viviam errantes nos sertões de Pernambuco e sul do Ceará. Teriam fugido de missões e embora relutassem em viver aldeados terminaram sendo mais uma vez recolhidos a espaços missionários. (DANTAS,1997, p. 12).


 

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