A CONTRIBUIÇÃO DA FILOLOGIA PARA O ESTUDO DA VIOLÊNCIA NO CEARÁ COLONIAL

 A CONTRIBUIÇÃO DA FILOLOGIA PARA O 
ESTUDO DA VIOLÊNCIA NO CEARÁ COLONIAL  

Expedito Eloísio Ximenes    

CONSIDERAÇÕES INICIAIS  




Várias são as concepções de Filologia ao longo da história, assim como são diversificadas as maneiras do fazer filológico de conceber e de lidar com os textos, que são objetos de estudo do filólogo em qualquer época. Dessa forma, a Filologia, na atualidade, não pode ser concebida apenas como um estudo da língua no texto, centrada no logus ou na palavra, no sentido da contemplação dessa palavra como obra de arte. Ou restringir-se numa tentativa romântica de reconstituição de um texto belo e genuíno que expressa a última vontade do seu autor. O texto é o foco dos estudos filológicos, porém, devemos ampliar o entendimento de texto e o que esses textos podem oferecer para se analisar.  

Neste trabalho, abordamos a funcionalidade do texto, estendendo o olhar para os textos jurídicos criminais produzidos no século XIX, ambientados no período da administração portuguesa no Brasil. Esses textos foram produzidos pelos escrivães e registram os crimes contra a população das pequenas vilas e zona rural da então capitania do Ceará. Os textos/documentos aqui considerados estão sob a custódia do Arquivo Público do Estado do Ceará – APEC, sem nenhuma pretensa beleza estética, em velhos livros desgastados pelo tempo, com letras mal elaboradas e uma grafia arcaica que geram diversas dificuldades de compreensão leitora. No entanto, os conteúdos anotados, levam-nos a momentos importantes da história social e criminal da população do Ceará, vitimada pela violência e ineficácia de um sistema judicial incapaz de resolver as contendas e aplicar as leis. 

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https://drive.google.com/file/d/1F-rYUiMX7toWMHksZK-dev1e0SSgpDmp/view?usp=sharing

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