MULTISSIGNIFICAÇÕES DO VERBO PEGAR: TRANSFORMAÇÕES DE ESQUEMAS IMAGÉTICOS


RESUMO

Visando identificar se os sentidos do verbo pegar formam uma categoria radial face aos mecanismos sociocognitivos que os motivam, o presente artigo analisa suas ocorrências no corpus D&G do Rio de Janeiro. Primeiro verifica qual é a forma mais recorrente, suas possíveis variações e/ou regularidades por meio do software AntConc 3.5.8. Em seguida, as interpreta qualitativamente no contexto de uso e à luz dos conceitos de categoria radial (Lakoff, 1987), esquemas imagéticos, suas transformações e mapeamentos metafóricos e metonímicos (Johnson, 1987Lakoff, 1987). Foram encontrados seis grupos de sentido estruturados pelos esquemas MOVIMENTO-TRAJETÓRIA. As extensões derivam da metaforização do esquema OBJETO, das transformações de esquema e consequentes alterações de foco, assim como das metáforas e metonímias que os licenciam, engatilhadas por pistas linguístico-discursivas e contextuais. No centro prototípico encontra-se o pegar objetos em que TRAJETOR É CONTÊINER. Nas radiais mais periféricas, encontram-se o pegar ideias e o pegar orientacional em que IDEIAS SÃO OBJETOS e LOCAL DE CHEGADA É OBJETO, respectivamente. Dentre os sentidos, encadearam-se segurar, agredir, buscar, mover-se no discurso, conjecturar e seguir uma direção.


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