AVALIAÇÃO SUBJETIVA, COMPORTAMENTO LINGUÍSTICO E VARIAÇÃO NA CONCORDÂNCIA NOMINAL DE NÚMERO EM UMA VARIEDADE DO PORTUGUÊS RURAL FLUMINENSE
Resumo:
O objetivo deste artigo é relacionar os resultados
da análise social da variação de concordância nominal de número no português
rural do 3º Distrito de Nova Friburgo com os da avaliação subjetiva de tal
variedade linguística realizada com os moradores desse mesmo território. Os
dados foram recolhidos por meio de entrevistas realizadas com famílias agricultoras
endógenas. Para a análise variacionista, todos os sintagmas nominais pluralizáveis
foram selecionados no corpus, isolados, codificados e quantificados, a partir de
duas abordagens: a mórfica e a
sintagmática. Para a análise da
avaliação, optou-se por aplicar dois testes: em ausência de fala e com áudio-modelo.
Concluiu-se que a comunidade de fala
está em uma
fase intermediária de
aquisição das normas-padrão de concordância. A
mudança está sendo
liderada pelos jovens, que
parecem apresentar condições de convergir ou divergir sua fala a
depender de seus objetivos interlocutórios e sociais. Outro fator que parece
impulsionar tal processo é o papel desempenhado pelas mulheres, tanto no que se
refere à avaliação subjetiva da língua quanto ao uso vernacular. Já os homens são mais benevolentes em sua avaliação
da variação diatópica, e isso se reflete em seu comportamento linguístico, mais
refratário às influências exógenas e mais leal ao vernáculo local.
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