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Mostrando postagens de julho, 2024

CONSTITUIÇÃO DE UM CÓRPUS PARA O PORTUGUÊS DE RORAIMA (SÉC. XVIII)

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  Eliabe dos Santos Procópio Resumo Este texto objetiva apresentar a constituição de um córpus histórico para o estudo do português em Roraima. Para tanto discute o conceito de implantação linguística (GRAMLEY, 2012; BARZ, SIEGEL, 1988) para contextualizar o estabelecimento sociolinguístico da língua portuguesa na porção norte da Amazônia; e o de silêncio documental (FARAGE, 1986) para explicar a escassez documental sobre a colonização portuguesa do Rio Branco. Em seguida, apresenta os critérios de seleção textual do córpus, composto pela juntada do processo diplomático da Questão do Pirara, disputa territorial entre Brasil (antes Portugal) e Reino Unido. Os principais critérios são o cronológico (final do século XVIII, quando se constrói o Forte São Joaquim, marco da ocupação portuguesa), o textual (documentos da administração portuguesa, em especial os relatos) e o temático (documentos que façam menção extensiva aos espaços roraimenses de outrora, afinal alguns textos apenas menciona

CAMINHOS DA TOPONÍMIA NO BRASIL E AS CONTRIBUIÇÕES DE MARIA VICENTINA DE PAULA DO AMARAL DICK

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  Alexandre Melo de SOUSA  Ana Paula Tribesse Patrício DARGEL  A história dos nomes de lugares, em qualquer espaço físico considerado, apresenta-se como um repositório dos mais ricos e sugestivos, face à complexidade dos fatores envolventes. Diante desse quadro considerável dos elementos atuantes, que se intercruzam sob formas as mais diversas, descortina-se a própria panorâmica regional, seja em seus aspectos naturais ou antropoculturais (DICK, 1990, p. 19). O trecho escolhido para a epígrafe desta apresentação é o parágrafo introdutório da obra A motivação toponímica e a realidade brasileira, escrita por Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick. Para nós, não se tratam apenas de palavras objetivando introduzir uma publicação de referência acadêmica, mas sim que apontam como Dick abre caminhos para uma nova visão do fazer toponímico enquanto ciência. O olhar cuidadoso da pesquisadora para o objeto de estudo – o nome de lugar – projeta nele uma amplitude que alcança muito além da esfera

DA LÍNGUA-OBJETO À PRÁXIS LINGUÍSTICA: DESARTICULAÇÕES E REARTICULAÇÕES CONTRA HEGEMÔNICAS

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  Resumo Neste artigo, examino a noção de “língua” à luz de um conjunto crítico de estudos contra hegemônicos sobre corpo, identidade e linguagem. Tal exame incorre necessariamente na descolonização e desmodernização do pensamento sobre linguagem, já que a ideologia moderna e colonial dividiu as práticas linguísticas em objeto e seu sobejo, performativamente inventando a “língua” como um fato, e empurrando a prática/ação para fora dos limites dos estudos linguísticos. Defendo que o conjunto examinado pode ser compreendido a partir de três operações: desarticulação da língua-objeto, rearticulação dos conhecimentos locais e rearticulação da língua como práxis. PINTO, Joana Plaza. Da língua-objeto à práxis linguística: desarticulações e rearticulações contra hegemônicas.  Revista Linguagem em foco , v. 2, n. 3, p. 69-84, 2010. https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/1712

MUNDO DO TRABALHO E TRABALHADORES NA ESCRITA SOBRE O PATRIMÔNIO CULTURAL

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  Adson Rodrigo Silva Pinheiro Alexandra Sablina do Nascimento Veras Apresentação Em um contexto em que o campo do patrimônio tem sido cada vez mais imerso em novos problemas e objetos emergentes das novas demandas de grupos e sujeitos sociais, é importante refletir não apenas como a produção dos patrimônios culturais ocorrem, a partir do conflito constante das ações de lembrar, esquecer e silenciar, mais ainda dos tensionamentos que a própria noção de patrimônio tem passado na contemporaneidade. Nesse sentido, o patrimônio é redefinido não simplesmente como uma coisa ou lugar, ou mesmo parte de um evento pretérito, mas sim como um processo cultural envolvido na performance e negociação de valores culturais, narrativas, memórias e significados. O estudo dos patrimônios culturais associados ao trabalho, ao cotidiano, e as experiências de trabalhadoras e trabalhadores, com ênfase nos aspectos relacionados à memória social e as identidades de sujeitos, ainda são pouco aprofundados no âmbi

NEOLOGISMOS NO PORTUGUÊS DE RORAIMA

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    Eliabe dos Santos Procópio Resumo O objetivo deste estudo é identificar e caracterizar os neologismos no português de Roraima. Para tanto, discute o conceito de neologismo (ALVES, 1996; GUILBERT, 1973) e seus critérios classificatórios (MATIELLO, 2017; JESUS, 2018; CARVALHO, 2009) e orienta sua metodologia com base em Hartmann e James (1998), que consiste no uso do método da introspecção, na pesquisa textual (criação de um corpus), na coleta de conversas informais e na comparação entre dados coletados e dicionários gerais da língua. Os resultados indicam que (1) há neologismos típicos e próprios do falar local, com prevalência dos típicos, o que confirma a relação do português de Roraima com outras variedades do Norte; (2) o padrão neológico é o formal, que possibilita criar novas unidades lexicais com base modelos anteriores (o princípio da analogia); (3) os neologismos do tipo empréstimo advêm do contato com os indígenas e os venezuelanos; (4) os indigenismos de origem tupi s

OPERÁRIOS DAS SECAS: RETIRANTES E TRABALHADORES DE OFÍCIO EM OBRAS DE SOCORRO PÚBLICO (CEARÁ - 1877-1919)

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  Tyrone Apollo Pontes Cândido Resumo: Este artigo pretende identificar experiências de trabalho de retirantes e trabalhadores de ofício no contexto das grandes obras de socorro público no Ceará durante as secas da passagem do século XIX. Discute principalmente as relações estabelecidas no cotidiano de trabalho entre sertanejos e trabalhadores qualificados, observando suas diferenças e as trocas de experiências na luta operária. ------------------------------------------------------ A partir da seca de 1877, uma nova relação com a falta de chuvas se estabelece no seio das populações do semi-árido. Desde então, os anos de estiagem – que de tempos em tempos ameaçam a economia sertaneja e a segurança alimentar dos pobres – são aqueles em que milhares de pessoas provenientes do campo procuram as cidades em busca de socorro. Seca passa então a ser sinônimo de multidões de retirantes que, premidos pela fome, percorrem as estradas na esperança de adquirir meios para uma dura sobrevivência. As

ALGUNS TERMOS DA LINGÜÍSTICA HISTÓRICA

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 Expedito Eloísio Ximenes RESUMO A Lingüística, no século XIX, teve como centro de suas investigações as mudanças diacrônicas ou históricas das línguas. Foi no início do século XX, com O Curso de Lingüística Geral (1916) de Ferdinand Saussure que se passou a estudar o aspecto sincrônico, estabelecendo-se, assim, a oposição entre diacronia versus sincronia. ---------------------------------------------------------------------------- A Lingüística Histórica é o ramo da Lingüística Geral que estuda o desenvolvimento das línguas e o seu processo de evolução em geral ou de uma língua em particular. “As línguas humanas não constituem realidades estáticas, ao contrário, sua configuração estrutural se altera continuamente no tempo. É essa dinâmica que constitui o objeto de estudo da Lingüística Histórica”. (Faraco, 1999:10).  A Lingüística histórica caracteriza-se também pela busca da origem das línguas. Através do método histórico-comparativo, foi possível se estabelecer uma língua – mãe, o i

UM ESTUDO SOBRE O ACESSO AS POLÍTICAS PÚBLICAS PELO POVO INDÍGENA KARÃO JAGUARIBARAS

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  Francisco Gleidison Cordeiro Lima Resumo:          Este trabalho tem como objetivo geral analisar o acesso às políticas públicas pela comunidade indígena Karão Jaguaribaras da Aldeia Feijão em Canindé no Estado do Ceará. Trata-se de realizar diagnóstico sociocultural, econômico e ambiental, destacando as políticas disponíveis para cada dimensão. Para tanto, será feito levantamento de dados primários e secundários com técnicas participativas. Como dados secundários, serão levantados documentos, artigos, dissertações e teses já publicados, e como dados primários, realizaremos oficinas participativas e entrevistas semiestruturada, buscando conhecer as formas de uso e ocupação de territórios, as diversas atividades socioeconômicas e culturais desenvolvidas e o acesso às políticas públicas. As populações indígenas sofrem processos de invisibilidade, violência e exclusão desde à colonização. Diante desse histórico, grupos indígenas são tratados à margem da sociedade. Ao longo dos séculos

LÉXICO E CULTURA: AS DENOMINAÇÕES DAS CULTURAS AGRÍCOLAS DO FEIJÃO E DO MILHO POR AGRICULTORES DO MUNICÍPIO DE OCARA-CE

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Francisco Cleziano Mendes de Lima  Expedito Eloísio Ximenes Resumo:  O presente artigo objetivou levantar e analisar as formas de nomear as culturas agrícolas, por trabalhadores rurais do município de Ocara-Ceará, especificamente as culturas do feijão e do milho. Para tanto, foi coletado um corpus, por meio de entrevistas realizadas com 6 agricultores. Apresentamos as lexias informadas pelos entrevistados, as interpretações e as análises do léxico que fizemos à luz dos métodos filológicos, especificamente o método Wörter und Sachen (Palavras e Coisas) e o Onomasiológico, desenvolvidos pelos romanistas no final do século XIX. Os teóricos que aplicaram os tais métodos consideram a língua oral, as vivências e o conhecimento de mundo dos sujeitos como elementos fundamentais para a nomeação das coisas, dos objetos, das práticas etc. e para o enriquecimento vocabular das línguas. Isso é importante para estabelecermos a relação corrente entre língua, léxico e cultura. DE LIMA, Francisco Clezi

A MONOTONGAÇÃO DO DITONGO /ej/ NO FALAR POPULAR DE FORTALEZA

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RESUMO  A monotongação é um fenômeno linguístico muito produtivo no português oral brasileiro, em que ocorre a redução de um ditongo a uma vogal simples. No intuito de contribuir com a descrição do português atual, este estudo teve o objetivo de descrever e analisar a realização variável do ditongo oral decrescente /ej/ no falar popular do fortalezense, como observado em: peixe~pexe, com base na abordagem teórico-metodológica da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008; WEINREINCH; LABOV; HERZOG, 2006). Para averiguar-se como ocorre a monotongação do ditongo /ej/ na norma popular da cidade de Fortaleza - Ceará, recorreu-se a uma amostra de 54 informantes, extraída do corpus do banco de dados do Projeto Norma Oral do Português Popular de Fortaleza (NORPOFOR) (ARAÚJO, 2011). Deste banco de dados, analisamos, dentre os seus três tipos de registro: Diálogo entre Informante e Documentador (DID), Diálogo entre dois informantes (D2) e Elocução Formal (EF), apenas o primeiro tipo. Para a an