ONOMÁSTICA: INTERDISCIPLINARIDADE E INTERFACES
O ato de nomear é atividade essencial ao homem desde que se têm notícias de vida social, uma vez que, por meio da ação denominativa, objetos, espaços, sentimentos são categorizados, classificados e apropriados pelo nomeador. Nesse sentido, léxico, cultura, sociedade e ambiente formam um amálgama indissolúvel e revelador da visão de mundo e do conhecimento de alguém. Assim, tudo no universo tem um nome a lhe singularizar, diferenciar e definir.
Assim, o léxico, como um saber partilhado culturalmente entre os membros de uma sociedade, integra um dos níveis da língua mais suscetíveis a inovações e mudanças em decorrência de condicionantes sociais, físicos, geográficos, ambientais e, desse modo, torna-se revelador de crenças, expectativas, realidade, conhecimento de cada ser humano. Nomeia-se e se particulariza “coisas” sobre as quais se têm poder cognitivo ao se atribuir um designativo por meio de ações como identificar, categorizar, delimitar e singularizar, ou seja, aplicam-se noções para se demonstrar que algo, dentre outras existências no universo, tem características próprias e, por isso, é diferente. Para tanto, o nomeador lança mão de aspectos internos e externos da língua com o intuito de refletir e expressar, no que foi designado, a realidade cultural assimilada pela vivência em sociedade.
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DE SOUSA, Alexandre Melo; DARGEL, Ana Paula Tribesse Patrício. Onomástica: interdisciplinaridade e interfaces. Revista GTLex, v. 3, n. 1, p. 7-22, 2017.
https://seer.ufu.br/index.php/GTLex/article/download/53813/28666
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