IMAGEM ETNOGRÁFICA: UMA QUESTÃO DE OPACIDADE E DE EQUÍVOCO
RESUMO
Neste artigo, intento debater o lugar que as imagens ocupam na pesquisa etnográfica e o interesse metodológico de inserir nesta um caráter visual. Segundo Novaes (2014), as imagens comunicam, e, ainda quando em silêncio, é preciso considerar o que têm a dizer, sobretudo no trabalho empírico. Gostaria de pensar em particular a fotografia enquanto instrumento que se abre em gestos e expressões para uma pesquisa de campo; e seu uso, como tecnologia de produção para a construção da narrativa etnográfica visual, a exemplo da experiência do filme etnográfico. A hipótese aqui desenvolvida é se a fotografia pode operar como tradução dos conhecimentos coletados em campo. Para isso, é importante destacar o interesse metodológico do uso da imagem, do pesquisador-fotógrafo ao pesquisador-cineasta. Como exemplo, analisa-se o filme etnográfico Les maîtres fous (Os mestres loucos), de Jean Rouch (1954).
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