LIVRO: TOPONÍMIA EM LIBRAS: PESQUISA, ENSINO E INTERDISCIPLINARIDADE
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é usada pela comunidade surda do Brasil (que inclui surdos e ouvintes - desde familiares até profissionais), especialmente nos centros urbanos do Brasil. Não é, como muitos acreditam, a única língua de sinais falada no país, e nem é universal, ou seja, a mesma utilizada em todos os países do mundo. A Libras nasce e se atualiza no contato entre os surdos e possui todos os componentes como qualquer língua natural: fonologia, morfologia, léxico, sintaxe, semântica, estilística, variação linguística, discurso, etc. (QUADROS; KARNOPP, 2004; QUADROS, 2019).
Embora o reconhecimento legal da Libras como língua nacional de comunicação e expressão dos Surdos brasileiros tenha ocorrido em 2002, por meio da Lei 10.436/2002 (e regulamentada pelo Decreto 5626/2005), os estudos linguísticos com foco na Libras iniciaram na década de 1980 com Ferreira-Brito (1984, 1990, 1995). Já nesses estudos, a pesquisadora analisou componentes estruturais e funcionais de duas línguas de sinais brasileiras: a língua dos centros urbanos (no caso específico, da variante de São Paulo) e a língua de sinais da comunidade indígena Urubu-Kaapor (localizada no Maranhão).
As pesquisas têm avançado, especialmente no âmbito dos pro- gramas de Pós-Graduação. Outro marco importante para os Surdos brasileiros foi a criação, em 2006, dos primeiros cursos de Graduação em Letras Libras promovidos pela Universidade Federal de Santa Catarina. Não demorou para que os próprios surdos passassem a desenvolver pesquisas acadêmicas sobre a Libras (sejam com foco na estrutura e funcionamento ou nos processos de aquisição), a Literatura Surda, os processos de ensino das línguas de sinais, as relações com as tecnologias (QUADROS, 2013).
DE SOUSA, Alexandre Melo. Toponímia em Libras: pesquisa, ensino e interdisciplinaridade. Pimenta Cultural, 2021.
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