PDF - A FILOLOGIA TEXTUAL: O REVELAR DE ASPECTOS DA HISTÓRIA
INTRODUÇÃO
Acreditam os especialistas que o termo filologia tenha sido cunhado pelos gregos, não se sabe ao certo quando de sua origem, apenas apontam os filósofos gregos Platão e Aristóteles como os primeiros a documentarem por escrito o seu emprego. Tomando-se a palavra na sua acepção etimológica, têm-se dois radicais gregos phílos e lógos, que significam, respectivamente, ‘amigo’ e ‘ciência’. Daí ter sido entendida como a ciência ‘amiga da palavra’, ou seja, ramo do saber que estuda a palavra, especialmente a palavra escrita e, por conseguinte, filólogo seria o profissional que estuda, pesquisa a linguagem e a literatura a partir do texto.
Uma busca do seu significado nos dicionários, nas enciclopédias e nos manuais especializados, aponta para uma divergência quanto à sua acepção, abrangência e objeto de estudo. O Diccionario de Términos Filológicos de Lázaro Carreter (1990) traz a seguinte acepção “[...] ciência que estuda a linguagem, a literatura e todos os fenômenos de cultura de um povo ou de um grupo de povos por meio de textos escritos.” A Enciclopédia e Dicionário, de Koogan e Houaiss (1994, p. 375), definem como:
Estudo de uma língua através de seus documentos escritos, que visa não só a restauração, fixação e crítica dos textos para o conhecimento do uso linguístico e sua história, mas também à compreensão da globalidade dos fenômenos culturais, especialmente os de ordem literária, a que ela serve de veículo.
Gladstone Chaves de Melo (1971, p. 20), em Iniciação à Filologia e à Linguística Portuguesa, diz que o objeto é a forma de língua atestada por documentos escritos. Heinrich Lausberg (1974) comunga da mesma ideia, pois assinala, em Linguística Românica, que o objeto de estudo da filologia são as 'obras' ou 'textos', e esclarece que os filólogos trabalham com os textos de uso pragmáticos bem como os textos de uso repetido, ou seja, literários.
TEIXEIRA, Maria da Conceição Reis. A filologia textual: o revelar de aspectos da história. Cadernos do CNLF , v. 12, n. 8, pág. 17-26, 2008.
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