ARTIGO - UMA ANÁLISE COMPARADA DOS APARELHOS DE REPRESSÃO LUSO-BRASILEIROS ENTRE AS DÉCADAS DE 1960 E 1970


Resumo:

O artigo ora em tela analisa aspectos da montagem, engrenagens e funcionamento dos aparelhos de repressão no Brasil e em Portugal, entre as décadas de 1960 e 1970, considerados aqui como um dos sustentáculos dos regimes ditatoriais em questão. Parte-se aqui do pressuposto de que, na atuação das suas respectivas polícias políticas (PIDE/DGS e SNI/DOI-CODI), elementos-chave dos aparelhos de repressão, havia uma tensão constante entre uma pretensa invisibilidade e uma propalada onipresença, elementos estruturantes do Terror de Estado e do Coeficiente Óptimo de Terror. Compunham esse cenário, ainda, as denúncias  nacionais  e  internacionais  do  uso  da  tortura  como  prática  para  obtenção  de informações, de investigação e da neutralização/extermínio dos opositores políticos de ambos os países. Como orientação metodológica central, encontram-se os fundamentos da História Comparada, presentes na exploração dos arquivos das polícias políticas, construídos em um contexto autoritário que os países viviam, marcado pela institucionalização da violência de Estado contra qualquer contestação aos regimes no recorte aqui privilegiado. A influência mútua mantida entre os dois países, inseridos em uma lógica internacional anticomunista, e a vigilância e colaboração que seus respectivos sistemas de informações e polícias políticas exerciam também serão aqui analisadas. A hipótese da quebra dessa invisibilidade será explorada por meio de um conjunto de ações como as denúncias nacionais e internacionais dos maus-tratos aos presos políticos e opositores, a atuação dos mecanismos de Justiça de Transição  no  combate  ao  esquecimento  institucionalizado  e  os  embates  possíveis  entre História e Memória a respeito desse legado autoritário, insistentemente presente nos dias de hoje.


https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/63607/37102

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