ANÁLISE DISCURSIVA DA REPRESENTAÇÃO SOCIAL SOBRE A MULHER IMIGRANTE NA MÍDIA HEGEMÔNICA BRASILEIRA

 

ANÁLISE DISCURSIVA DA REPRESENTAÇÃO SOCIAL SOBRE A MULHER 
IMIGRANTE NA MÍDIA HEGEMÔNICA BRASILEIRA


GISLENE ARAÚJO GABRIEL


RESUMO

 

Esta pesquisa tem como objetivo analisar as representações sociais sobre mulheres imigrantes venezuelanas que são (re) produzidas discursivamente pela mídia hegemônica brasileira, em mostras de notícias jornalísticas do Portal de notícias G1.com e do jornal Folha de São Paulo, que legitimam a violência de gênero e promovem a subalternização e a invisibilidade dessas mulheres no Brasil. Para isso, utilizamos o arcabouço teórico-metodológico da Análise de Discurso Crítica (ADC), proposto por Chouliaraki; Fairclough


(1999), conforme abordagem dialético-relacional (FAIRCLOUGH, 2003, 2013, 2016) e a abordagem sociocognitiva (VANDIJK, 2015), a fim de dialogarmos com a Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 2015; JODELET, 2001). Para alcançarmos os objetivos específicos propostos, utilizamos como categorias de análise: i) Tópicos Discursivos; ii) Estereótipos e Léxico; e iii) Interdiscursividade. Esta pesquisa é classificada como descritivo-interpretativa e etnográfica (GIL, 2021), na modalidade etnografia de arquivo (COSTA, 2012), documental (BARDIN 2021), de abordagem qualitativa (MARTINS, 2004; MAGALHÃES, 2017). Quanto aos aspectos teóricos, no intuito de compreendermos a prática social da mídia jornalística em seu aspecto ideológico e sua função social, mediante as complexas e múltiplas formas pelas quais a mídia molda o mundo por meio do fenômeno da Tecnologias de Comunicação de Massa, recorremos à Teoria social da mídia (THOMPSON, 2011a; 2011b). Ademais, a fim de refletirmos de forma ampla sobre as imigrações e o sujeito que migra, levamos em consideração os ensinamentos de Sayad (1998) e, mediante a complexidade do fenômeno, também, consideramos os ensinamentos de Castells (2015), Hall (2013, 2016) e Bhabha (2019). Destacamos, também, o processo global de Feminização das Migrações (PADILLA, 2007), e suas implicações, por isso, contamos com os estudos de Gênero (BUTLER, 2021) e com a Teoria Feminista, conforme Louro (2020), Scott (1995) e hooks (2019, 2022), além dos ensinamentos de Beauvoir (2019), a fim de discutirmos acerca da violência de gênero, como uma injustiça social (FAIRCLOUGH, 2003) a que estão suscetíveis as mulheres no contexto social brasileiro. Nesse sentido, também, recorremos a dados de Instituições governamentais e importantes Leis do ordenamento jurídico brasileiro, a fim de compreendermos o fenômeno imigratório a partir do recorte de gênero. Destacamos que a estrutura macrossemântica das notícias gira em torno de 3(três) Tópicos: trabalho/emprego; maternidade e abrigo/desabrigado. Além disso, a partir da análise lexical das notícias, percebemos que as RS sobre mulheres imigrantes ancoram-se em estereótipos de gênero que reforçam as relações desiguais de poder, a partir da estratégia nominalização, por meio da (re)lexicalização (FAIRCLOUGH, 2016), no intuito de atribuir diferentes significados às palavras, funcionando, assim, como forma de manipulação. Acerca da análise interdiscursiva, constatamos que a mídia hegemônica, por meio dos veículos de informação Portal de notícias G1.com e jornal Folha de São Paulo, ao noticiar informações acerca da imigração venezuelana para o Brasil, dá pouco destaque à pauta imigratória, além de silenciar as vozes das imigrantes venezuelanas, como sujeitos que participam ativamente do fenômeno social, promovendo, com isso, a invisibilização social dessas mulheres, o que se reflete em diversas práticas sociais cotidianas.



https://drive.google.com/file/d/1wfnq-dNzO-iG_s0lDzbDELIRuyKlhbAr/view?usp=sharing


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