ARTIGO - A CULTURA DO COURO NO CEARÁ: UM ESTUDO DO CAMPO LEXICAL DO SELEIRO

Praetecianos e estimados leitores,


Divulgamos aqui uma de nossas produções, o artigo A CULTURA DO COURO NO CEARÁ: UM ESTUDO DO CAMPO LEXICAL DO SELEIRO, de Ticiane Rodrigues Nunes e Expedito Eloísio Ximenes.

Veja uma prévia do artigo no resumo:
RESUMO: O vaqueiro é atualmente um símbolo do Ceará que remonta às origens da fundação da antiga capitania, a qual teve a criação de gado como a sua principal atividade econômica. O gado criado nas fazendas espalhadas ao longo do território gerou outro produto de grande importância, o couro, que serve para a fabricação de inúmeros objetos. Dessa forma, o vaqueiro utiliza o couro do gado como matéria-prima para confeccionar a sua indumentária, os arreios do cavalo e inúmeros instrumentos de trabalho da faina cotidiana, um desses equipamentos do cavalo é a sela, daí surge profissão do seleiro. Dessa atividade do seleiro, emerge também uma riqueza lexical para denominar todos os objetos fabricados com o couro, que ainda tem grande importância cultural e econômica no Ceará. O contexto vivenciado pelo artesão seleiro é cercado não apenas pela cultura do couro, mas também pela tradição que faz do seu ofício um legado da cultura sertaneja. Desse modo, busca-se neste estudo, investigar o léxico do seleiro como um patrimônio linguístico-cultural constituinte da cearensidade (PORDEUS JUNIOR, 2003). Com esse propósito sistematiza-se a linguagem do seleiro por meio do desenvolvimento de um estudo léxico-cultural de viés etnográfico, ressaltando as relações entre o léxico, a cultura e o ofício de seleiro. A metodologia desse estudo é qualitativa e se fixa na etnografia desenvolvida por meio de observação participante nos municípios de Canindé e Morada Nova, no Ceará. O referencial teórico é sustentado em Hall (2006), Thompson (1963), Bauman (2005, 2013), teóricos que dialogam na perspectiva dos estudos culturais; e por Coseriu (1981) e Abbade (2009), quanto aos campos lexicais. Por fim, chega-se ao denominador de 112 lexias distribuídas em 5 macrocampos, que foram subdivididos em 4 microcampos e em 3 subcampos. Portanto, considera-se que a rede lexical que estrutura o corpus de pesquisa não está fechada, mas pode ser ampliada com a continuidade da pesquisa em outros municípios, ou até mesmo em outros estados que também vivenciem a cultura do couro. Outro aspecto conclusivo é o fato de o presente estudo contribuir para o reconhecimento da atividade do seleiro como uma cultura que resiste até a contemporaneidade por meio da força de vontade em resistir, preservar e divulgar a tradição do couro.
Palavras-chave: Cultura do couro. Atividade de Seleiro. Campos lexicais.


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