REUNIÃO PRAETECE/TRADICE - 30/08/2012

Praetecianos e Tradicianos,

Na próxima quinta-feira será a reunião do grupo. Lembrem-se.


DATA: 30/08
HORÁRIO: 14h30
LOCAL: Sala 2 do PosLa - CH/UECE


Pauta da reunião:
1.Informes 
2. Conferência/Estudo:
Título: A conquista dos sertões das capitanias do norte do Estado do Brasil: homens, armas e gados na colonização do Siará Grande (séculos XVII-XVIII)
Conferencista: Leonardo Cândido Rolim
 


Aguardamos todos vocês. Até lá!



RESUMO DA CONFERÊNCIA
A conquista dos sertões das capitanias do norte do Estado do Brasil: homens, armas e gados na colonização do Siará Grande (séculos XVII-XVIII)


Leonardo Cândido Rolim
Mestre em História – UFPB
Graduado em História – UFC

O fim do domínio holandês em meados do século XVII colocou os sertões da capitania de Pernambuco sob os olhares atentos da Coroa Portuguesa através de seus funcionários régios na colônia. Estes, aliados à ascendente classe de mercadores da praça do Recife que buscavam diversificar seus negócios atuando em diferentes segmentos da economia e ampliar seu mercado consumidor, além dos decadentes senhores de engenho que buscavam na guerra contra os bárbaros mão de obra barata para a retomada de suas atividades e postos militares de alta patente para os membros de suas famílias, foram os agentes colonizadores dos sertões das capitanias do norte do Estado do Brasil.
            A conjuntura em Pernambuco após a expulsão dos holandeses em 1654, fez com que se criasse uma “panela de pressão” política, social e econômica que encontrou sua dissipação nos sertões, de onde pouco se sabia e muito se imaginava. O imaginário barroco ibérico imputava aos sertões a condição de El Dourado dos novos territórios. As guerras contra os indígenas tapuia, chamados “bárbaros” pelos tupi, duraram, no Siará Grande, até pelo menos a metade do século XVIII. Os colonizadores foram, quase sempre, arregimentados entre os muitos “vadios”, “facínoras” e “vagamundos” que estavam excluídos da estrutura produtiva do açúcar e atrapalhavam o sistema.
            A ocupação do espaço nos sertões do Siará Grande se deu pela forma de conquista territorial nas batalhas contra os índios e na colonização através da atividade pastoril, montada a partir das ribeiras dos principais rios, tendo como unidade produtiva o curral. O vetor econômico foi, portanto, a criação e gado que logo passou a abastecer as feiras de Capoame, Igaraçu, Parahyba, entre outras. A demanda por alimento nas Minas Gerais fez com que se desenvolvesse nos sertões a produção de carnes secas e salgadas que por isso não estragavam com facilidade. A expansão do consumo de carnes secas pôs a capitania do Siará Grande dentro da dinâmica do Império Português, fazendo parte das redes de abastecimento alimentar e de itens para o escambo de escravizados em África.

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